O mundo todo está num melindre só. Ninguém pode pensar, ninguém pode falar, principalmente sem pensar. Tudo pede réplica, tréplica, explicações, justificativas. Que chatice. É a ditatura da coerência, da razão, do politicamente correto. Não se é mais livre pra errar, pra dizer besteiras. Somos obrigados a nos alinharmos a um lado, a assumir posição, a entrar na trincheira, a revidar os ataques, que ninguém tem certeza de onde ou quem começa, nem o porquê. Ai que saudade, do que não vivi, da boêmia, da malandragem, do descompromisso, da liberdade de não dizer nada, ou de dizer apenas algo sem nexo, sem senso, bom senso, sem alvo, sem necessidade de se explicar depois, porque alguém se sentiu ofendido. Eu quero falar pro mundo, do mundo, meus pensamentos meus, errados, feios, insensatos, incoerentes, e que no fundo, no fundo, só querem ser palavras, ideias, que ecoam, ressoam sem rumo, sem prumo, incertas. Sem a menor intenção de ferir alguém, de magoar o outro, de constranger, será que eu posso dizer?
Será que eu? Será que posso? Será? Eu ser eu, posso? Posso eu pensar, dizer, voltar atrás, redizer, repensar, errar, começar de novo...
Protegei-me Senhor, das ignorâncias, das intolerâncias que cerceiam nossa liberdade de ter fé na humanidade, de ter fé em Deus.
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