quarta-feira, 24 de julho de 2013

semear

A inspiração ficou no passado. O passado assalta o presente, invade os espaços da memória onde poderia nascer poesia. Agora é afogar as mágoas, e arrancar com as mãos qualquer vestígio danoso daquilo que já não é; e nem mesmo foi. Aguar apenas as sutilezas que vão refazendo a vontade de plantar desejos, mais bonitos ainda.

terça-feira, 23 de julho de 2013

iminente

Aqui no espaço entre não saber e espera, entre dúvidas e sonhos; imagino o inesperado, ou o que já se antevia. Prefiro a surpresa, sempre boa, se nos tira de um estado de acomodação, de resignação dos fatos e nos move em direção ao novo, à ventura. Mas se acaso, só permaneçam as coisas nesse ritmo cotidiano, simples; terei que olhar para esse trivial dos dias com a inspiração que trago em mim, perene, que não se encerra em pontos finais. Prossigo, insisto na poesia capaz de surgir do que contraria a lógica de ser feliz.
 
(em 11 de maio de 2011.)

domingo, 21 de julho de 2013

se tanto

Quando escrevo, inscrevo no tempo uma outra parte minha que mal conheço, mais humana, intensamente suave, se é que essas duas características podem ocupar o mesmo lugar no espaço.
Quando leio, conheço o outro lado da minha filosofia secreta até para mim, mais segura, mais distante de todas as hesitações.
Algumas vezes, no entanto, há um quando que não se escreve e não se lê, é só de sentir, só.
(escrito em 30-04-2012 )

quarta-feira, 17 de julho de 2013

entretantos

o marasmo aqui se dá pela agitação de lá, do lado de onde a gente navega, nas ondas revoltas da realidade, não a virtual. O tempo, ou melhor a falta dele, ou melhor ainda a desorganização diária nos dá a impressão de que chegamos e partimos toda hora e nem dá pra apreciar o lugar, o momento, as pessoas. Nos apegamos mais a navegação que ao destino. A outra impressão é de que todos estão indo do mesmo modo, pelo simples impulso de seguir sem saber direito dos motivos ou mesmo do caminho. Mas é assim, consideremos então ao menos o movimento dos remos, dos rumos e sigamos viagem, eu volto noutra hora pra dizer do que vi por aí...
au revoir...
 
(escrito, em 02 de outubro de 2010)

terça-feira, 2 de julho de 2013

sentido

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Lenine