Alegria, alegria grita a cantora de axé numa música que mais deprime que alegra. Mas enfim, quem sou eu para atirar pedras no som alheio, quando já estou deprimida antes de ouvir; então shhiiiiiiii.
Silêncio. Que qualquer palavra dói, qualquer conversa incomoda, qualquer pensamento flutua sem rumo, e esmaece como se fosse apenas um flash de uma cena de um filme ruim. Só lá no fundo, tem algo que comove, e é capaz de trazer a tona um fio de risada, uma vontade de tentar, uma esperança em dar certo. E tudo novamente passa, e volta ao estado anterior à melancolia; pois amanhã é segunda-feira e não há tempo pra tristeza no cotidiano. Agora já posso voltar a ouvir o rádio, baixinho, baixinho, devagarinho as coisas voltam a fazer sentido junto com a melodia mais comum...